A ocupação de auxiliar de veterinário vem ganhando protagonismo no mercado de trabalho brasileiro. Entre maio de 2024 e abril de 2025, as admissões com carteira assinada para o cargo cresceram 1,21%, segundo levantamento do Portal Salário com base em dados do Caged. O avanço é modesto em termos percentuais, mas relevante ao se considerar a estabilidade do setor e a crescente demanda por serviços especializados no cuidado com animais de estimação.
Com 12.606 vínculos registrados no período, o cargo se firma como uma das principais portas de entrada para a área da saúde animal. A função é especialmente popular entre mulheres jovens, com idade média de 23 anos e formação de ensino médio completo. Elas representam cerca de dois terços das admissões no período, geralmente atuando em regime integral de 44 horas semanais.
Presente em pet shops, clínicas e hospitais veterinários, o auxiliar de veterinário desempenha atividades variadas e fundamentais para o funcionamento dos serviços. Entre as responsabilidades mais comuns estão:
- Apoio direto ao médico veterinário durante exames e atendimentos;
- Contenção e preparo de animais para procedimentos clínicos e cirúrgicos;
- Higienização e curativos;
- Organização e limpeza do ambiente hospitalar;
- Controle de estoque e descarte de resíduos.
O salário médio nacional da categoria é de R$ 1.777,60, valor que considera exclusivamente o salário-base informado em carteira, sem contabilizar bônus, adicionais de insalubridade, horas extras ou gratificações. A remuneração varia significativamente conforme a região do país. No Sul, os profissionais recebem os valores mais altos: média de R$ 1.890,00, com teto de até R$ 2.290,00. No Sudeste, a média é de R$ 1.809,00 e o teto pode alcançar R$ 2.192,00.
São Paulo lidera em número de contratações, consolidando-se como o principal polo de absorção da mão de obra especializada. A capital paulista concentra grande parte das clínicas e hospitais veterinários do país, o que amplia a oferta de oportunidades, especialmente para profissionais com experiência prática e familiaridade com a rotina hospitalar.
A escolaridade tem peso direto na remuneração. Auxiliares com ensino médio completo recebem, em média, R$ 1.729,03. Aqueles com ensino superior incompleto registram média de R$ 1.807,05, enquanto profissionais com curso superior completo alcançam R$ 2.028,13. O maior salário individual identificado na amostragem foi de R$ 2.589,00, pago a um profissional com doutorado.
Além da qualificação, a jornada de trabalho e o tipo de empresa contratante influenciam diretamente na faixa salarial. Empresas de médio e grande porte, em centros urbanos mais desenvolvidos, tendem a oferecer melhores condições e benefícios complementares.
O crescimento das contratações no período analisado reflete não apenas a expansão contínua do mercado pet, mas também um processo de maior valorização dos quadros técnicos no atendimento veterinário. Em um setor que movimenta mais de 60 bilhões por ano no Brasil, segundo estimativas da Abinpet, a qualificação da equipe de apoio se tornou um diferencial competitivo.
Com o aumento da exigência dos tutores e a diversificação dos serviços prestados, o auxiliar de veterinário deixa de ser apenas um suporte técnico e passa a ocupar um papel estratégico no cuidado direto com os animais. A tendência, segundo especialistas do setor, é de que a profissão ganhe ainda mais espaço nos próximos anos, acompanhando a profissionalização e sofisticação do atendimento na medicina veterinária.