O Pastor Alemão Branco é criado mundialmente como uma variedade de raça, não contando, entretanto, com o reconhecimento oficial de várias entidades de peso, entre as quais a FCI (Federação Cinológica Internacional). Criadores de todo o mundo estão buscando reconhecimento internacional deste cão como raça.
Acredita-se que o reconhecimento esteja próximo, e talvez implique na mudança de nome da raça, talvez para Pastor Branco ou Pastor Canadense. Isto, contudo, não altera o fato de que estes cães brancos são originados unicamente do Pastor Alemão. A raça Pastor Alemão, conforme concebida por Stephanitz - o primeiro criador da raça -, não apresentava restrição quanto à cor do pêlo. Pesquisas recentes demonstraram que mais da metade dos primeiros Pastores Alemães produziram descendentes brancos.
Assim, fica evidente que o Pastor Alemão Branco integrou a fundação da raça Pastor Alemão e participou de seus primeiros anos. No pós-guerra, iniciou-se campanha sistemática para erradicação da variedade branca da raça Pastor Alemão, alegando-se erroneamente que seus exemplares eram associados geneticamente ao albinismo, apresentando surdez, cegueira, esterilidade, epilepsia, displasia coxo-femural, desbotamento de cores e perda de vigor físico.
Nesta época a SV (Verein für Deutsche Schäferhund), ou Clube do Pastor Alemão, passou a negar pedigree aos Pastores Alemães Brancos. Em 1968, seguindo a orientação da SV, o AKC (American Kennel Club) aprovou a desqualificação da variedade branca de qualquer exposição de pastores alemães. Foi o único caso na história da AKC de desqualificação baseada apenas na cor.
Cientistas demonstraram não haver associação entre a cor branca do Pastor Alemão e nenhuma das doenças a eles atribuídas.
SOLPAB Sociedade Latino Americana de Pastor Alemão Branco
O início de criação do Pastor Alemão Branco por volta do final dos anos oitenta foi difícil e demorado. Até então não tinhamos nenhuma entidade que oficializasse a variedade, os poucos exemplares existentes no país eram tidos como Pastores Canadenses ou Pastores Alsacianos e não possuíam pedigree. Os proprietários desses exemplares, quer por falta de informações ou por desconhecimento sobre a raça, os acasalavam indiscriminadamente, mestiçando os descendentes que, às vezes, eram filhos de pais importados dos EUA ou Canadá e de linhagens puras e registradas naqueles países. Para iniciarmos o trabalho da S.B.C.P.A.B., tivemos que divulgar sua existência incentivando os possuidores de cães dessa variedade a nos remeter fotos, e pelo fenótipo de cada exemplar concedíamos o registro inicial e filiação do proprietário. Foi um trabalho árduo e demorado, tanto que após quase três anos de fundada, a SBCPAB contava apenas com dez filiados.
A criação inicial também foi difícil. Tínhamos de trabalhar em cima do produto genético que estava disponível e que não era o ideal. Em 1995 importamos dos EUA um reprodutor, e daí para frente, após acasalamentos com esse cão, começamos a obter melhor qualidade. Em 1997 importamos mais oito exemplares, os quais acasalados entre si têm nos dado excelentes matrizes e reprodutores.
Em 1994 a SBCPAB passou a ser Sociedade Latino Americana de Pastor Alemão Branco, (SOLPAB), conseguindo impulsionar consideravelmente a criação nacional, inclusive filiando criadores da Argentina, Uruguai e Chile. Atualmente a SOLPAB tem em seu stud-book mais de 5 mil exemplares, sendo em quantidade de registros a maior entidade a nível mundial, apesar de termos sofrido forte pressão e perda de inúmeros registros quando uma outra grande e antiga entidade cinófila nacional resolveu, em 1997, registrar e conceder pedigrees secundários à variedade denominando-a Pastor Branco.
Existe uma corrente de criadores em vários países tentando o reconhecimento dessa nova raça, Pastor Branco, que é baseada no Pastor Alemão Branco, mas descaracterizado-o ao ponto de torná-lo simplesmente um cão de companhia. Como nós, criadores de Pastor Alemão Branco, queremos manter sua características iniciais, criou-se aqui no Brasil duas correntes: criadores da variedade branca do Pastor Alemão e criadores de uma nova raça, ainda em formação, denominada Pastor Branco.
Como realmente existe uma diferença entre Pastor Alemão Branco e Pastor Branco — que com certeza se acentuará cada vez mais pois para poder obter o reconhecimento oficial pela F.C.I. — os criadores do Pastor Branco terão que caracterizá-lo como um cão diferente do Pastor Alemão tradicional, com suas características próprias. Aconselhamos àqueles que gostam das qualidades e características do Pastor Alemão e que os queiram da cor branca, tenham cautela ao adquirir um filhote. Que exijam um documento oficial no qual conste a raça do filhote, não confundindo Pastor Branco com Pastor Alemão Branco.
A SOLPAB tem um padrão oficial da variedade, seguido por seus filiados e parecido com o padrão oficial do Pastor Alemão tradicional. Mantém suas características em temperamento e estrutura, variando em alguns detalhes, principalmente na inclinação da garupa, linha de dorso, pelagem e altura.
PADRÃO OFICIAL DA RAÇA
Autorizado pelo sr. A.J.B. Caracante superintendente geral da SOLPAB
Super Sonic Tumbledows , pai do reprodutor do Sr. A.J.B. Caracante, superitendente geral da SOLPAB.
O Pastor Alemão Branco é um cão harmonioso e de boas proporções ligeiramente mais longo do que alto, bem equilibrado considerando-se em separado as várias partesde seu corpo como um todo. Extrema nobrezafísica com elegância de porte e movimentos. Caracteriza-se por sua nobreza e distinção, sendo destemido e confiante, reservado com estranhos sem contudo mostrar-se hostíl em situações normais. Caráter nobre e seguro de si, nunca deve mostrar nervosismo ou se acovardar em situações que precise. O PAB é por excelência um cão de guarda e ataque da categoria dos trotadores. De tamanho médio, deverá medir na ponta superior da cernelha ao solo:
Machos - de 63 cm a 70 cm.
Fêmeas - de 58 cm a 63 cm.
Deseja-se contudo variações para mais, sem, no entanto, prejudicar suas caracteristicas estruturais e harmonia geral, considerando-se que deve ser mais comprido do que alto. Medidas inferiores ao padrão são indesejaveis.
Cabeça: marcante e nobre, bem proporcional ao corpo sem ser grosseira. Machos com cabeça refinadas é falta maior que fêmeas com cabeça pesada.
Crânio: largo entre as implantações das orelhas, testa levemente arredondada, quase sem sulco central. De perfil, testa inclinada com ligeiro abaulamento até encontrar-se com a base do focinho onde forma um leve stop.
Focinho: em cunha, dando continuidade ás linhas laterais do crânio, reto e paralelo ao crânio na sua parte superior, afina-se cinzeladamente até as narinas, sempre mantendo a proporcionalidade ao comprimento do crânio.
Trufas: a trufa ou narina deve formar continuidade plastica do focinho sem ser grosseiro demais ou muito fina. Lisa, sem rachadura na sua parte mediana vertical, com fossas nasais largas possibilitando perfeita respiração. É de cor preta, podendo no entanto ser amarronzado ou levemente salpicada o que não é desejavel.
Bochechas: bem desenvolvidas, colocadas lateralmente em curva suave, sem se pronunciarem para a frente dando a impressão de um focinho quadrado.
Lábios: firmes e aderentes.
Maxilares: desenvolvidos e fortes, não se projetando nem para a frente e nem para trás, em harmonía entre sí resultando daí um perfeito encaixe de dentição em tesoura.
Dentes: alinhados em tesoura, 20 superiores e 22 inferiores, bem desenvolvidos e sadios. Qualquer desvio de dentição, prognatismo superior inferior é falta gravíssima. Falta de dentes é falta média.
Olhos: amendoados e obliquos de tamanho médio, nunca deverão ser salientes ou profundos. De expressão viva e inteligente, deverão ser o mais escuro possível,aceitando-se no entanto aqueles de matis marrom claro desde que não chequem ás cores esverdeada ou azulada.
Orelhas: largas na base, em ponta, viradas para a frente e portadas eretas quando em atenção. Paralelas entre sí quando eretas, caracterizam a expressão desejada da raça. Inserção baixa, grandes demais ou pequenas, caídas ou operadas, descaracterizam o exemplar sendo considerado defeito. Orelhas totalmentes flácidas é falta desqualificante, proibindo-se a reprodução do exemplar que assim se portar.
Pescoço: firme e musculoso, sem peles soltas na parte inferior(barbelas). Quando parado, em stay, deve ser portado alto e majestoso. Em movimento deve colocar-se numa linha a nível do dorso, nem acima e nem abaixo.
Linha superior: compreende a cernelha, o dorso, lombo e garupa, caracterizando-se um perfeito equilíbrio de massa e cinzelamento, formando o conjunto uma linha descendente da cernelha a garupa, em relação ao solo.
Cernelha: forte, bem pronunciadae colocada, o que proporciona bom encaixe de costelas.
Lombo: de bom comprimento, largo e musculoso. Não deve ser muito longo em relação da ultima costela à coxa.
Garupa: larga e longa, bem musculada, inclinada para trás num angulo de 30 graus em relação ao solo. Garupa leve, fina, curva, mal musculada, reta ou excessivamente inclinadas são faltas.
Cauda: grossa, cheia, a última vertebra alcançando a ponta do jarrete. Sua inserção deve dar continuidade à linha superior do cão, nunca pronunciada,deve-se portar-se baixa com curva na ponta (sabre) quando em repouso. Em movimento deve elevar-se até à altura da linha superior e quando excitado, eleva-se no máximo numa linha quase vertical sem dobrar para a frente ou enroscar-se. Cauda morta é falta, em gancho ou virada para as laterais é indesejável. Cortadas desqualificam. Curtas ou truncadas devido a fusão de vértebras representam faltas.
Tronco: copreende o conjunto cernelha, dorso e lombo. Deve ser musculoso e profundo, mostrando solidez mas sem excesso de volume. Da ponta do externo à ponta de trás da garupa, deve haver um comprimento maior que ao da cernelha ao solo, na proporção média de 10 para 9, tronco curto ou muito longo é falta.
Antepeito: iniciando-se no externo, cheio, musculoso, indo até a altura dos cotovelos. Finos ou excessivamente largos é considerado falta.
Peito: profundo e bem comformado, possibilitando boa colocação de costelas e consequente acomodação do coração e pulmões. (na frente com externo saliente projetando-se adiante dos ombros quando vistos de lados).
Costelas: nem curvas demais nem achatadas, devem manter uma curvatura para trás a 45 graus em relação a coluna vertebral, encontrando-se numa curvatura na parte posterior do externo, descendo um pouco abaixo dos cotovelos.
Abdomen: levemente esgalgado em relação a parte inferior do peito, firme e musculoso. As fêmeas apresentam menor esgalgamento que os machos.
Anteriores: omoplatas e úmeros de igual tamanho. As omoplatas devem ser inclinadas para a frente de 130 a 140 graus em relação ao dorso. O úmero deverá formar com a omoplata uma angulação em torno de 90 graus (partindo de sua proporção anterior). Esse conjunto, omoplata-úmero, deve ser musculosos e firme, nunca flácido e solto no corpo.
Pernas: antebraços retos, ossos ovalados, verticais em relação ao solo, fortes, em harmonia com a ossatura geral. Redondos, chatos, com esponjosidades, tortos, raquíticos e mal aprumados são penalizados.
Posteriores: o conjunto fêmur-tíbia deverá tambem formar 90 graus, ficando sua colocação paralela ao conjunto omoplata-úmero. A coxa (fêmur) e a perna (tíbia) são de igual comprimento devendo ser musculosas e largas para cumprir seu papel como partes de um orgão propulsor.
Pés: compactos, com dedos bem arqueados, almofadas plantares negras, rijas e grossas, unhas curtas e duras. Dedos arqueados e bem colocados. Os ergots devem ser retirados.
Pelagem: dupla, com subpelo e sobrepelo, o subpelo é fino e compacto e sua eespessura varia conforme a temperatura ambiente e o estato físico do animal. Sua ausencia total é considerada falta.
Sobrepelo: o ideal é que seja denso, rijo e reto, aderido ao corpo. Cabeça, parte interna das orelhas, patas, dedos e partes internas das pernas com pêlos mais curtos e sedosos. No pescoço e parte posterior das coxas mais longos e espessos com 4 ou 5cm de comprimento. Há um segundo tipo de subpelo, mais comprido e rijo,normalmente com fios não retos, e eriçados. Na parte inferior das orelhas e em seus posteriores os pêlos são longos e acetinados, formando tufos, assim como na parte superior da coxas e inferior da cauda. Nesse caso a cauda tem o formato "bandeira"e as coxas apresentam "culotes". Os exemplares que apresentam esse tipo de pelagem são indesejáveis para a reprodução. Há ainda exemplares com pelagem mais densa do que a anterior, sedosa e ondulada, praticamente com ausencia total de sobrepelo. Essa caracteristica é acompanhada de alongamento do focinho; são exemplares leves, orelhas maiores, descaracterizando o desejado. Esses cães devem ser excluídos da criação.
Coloração: inteiramente branco neve, trufa, comissuras labiais e contornos dos olhos negros. Olhos castanhos quanto mais escuro melhor. Aceitáveis matizes castanhos mais claro, mas não desejáveis. Olhos de rapina, vesgos ou de qualquer outra cor são penalizados e excluídos da reprodução.
Movimentação: a movimentação do PAB é caracteristica devendo unir harmonia com elasticidade e rítimia própria dos trotadores. Em dois tempos, seu trote é feito adiantando uma das pernas traseiras em conjunto com a dianteira do outro lado do corpo e assim sucessivamente numa sequencia rápida e rítimica, sem elevar-se muito do chão. Enquanto em outras raças a movimentação dos membros se fazem em linha vertical paralela, a tendêcia do PAB é de fechar as patas para dentro na linha média do corpo, sem no entanto juntar jarrete ou jogar cotovelos para fora, ainda sem cruzar as patas. O chamado "trote flutuante" só alcançado por Pastor Alemão é o movimento em que trocando passadas rápidas e rítimicas dá a impressão que o cão flutua no ar sem pisar no solo.
Temperamento: forte,firmeza de carater,coragem,fidelidade e obediência são caracteristicas do PAB.Deve ignorar estranhos quando em presença de seu proprietário ,contudo alerta e pronto para a defesa assim que solicitado.Não deve se mostrar nervoso em situações anormais e menos ainda demonstrar timidez e covardia nessas ocasiões.Exemplares tímidos ou covardes devem ser excluidos da criação.
Faltas
Para se julgar um exemplar deve-se levar em consideração que o peso das faltas variam proporcionalmente em relação ao mal que as mesmas fazem às características próprias da raça. Portanto, podem ser consideradas, leves, moderadas, graves, muito graves e desqualificantes.
Faltas leves: são aquelas que não prejudicam a ponto de serem penalizadas num exame.
a) olhos levementes arredondados ou salientes.
b) mau porte de cauda.
c) pelagem imprópria ou temporária.
d) lábios levemente flácidos.
e) barbela pronunciada.
Faltas moderadas:
a) falta de um ou dois P-1(pré-molares).
b) mordedura em torquês.
c) mau porte de orelhas.
d) focinhos alongados.
e) conformação errada dos pés.
f) pelagem imprópria.
g) dentes estragados ou gastos.
h) pouca massa muscular.
i) pelagem amarelo champagne.
Faltas graves:
a) maxilares fracos
b) caudas curtas,enroscads ou aneladas,acima ou ao lado da garupa.
c) ausêcia de sobrepelo.
d) apatia.
e) machos efeminados.
f) fêmeas masculinizadas.
g) ossaturas muito leve.
h) movimentação atípica.
i) falta de expressão típica da raça.
Faltas muito graves:
a) prognatismo ( inferior ou superior).
b) falta de outros dentes a não ser os P-1.
c) tímidez.
d) agressividade exagerada.
e) nervosismo acentuado.
f) sensibilidade a tiro.
Faltas desqualificantes:
a) qualquer cor a não ser o branco,respeitando a letra I das faltas moderadas.
b) orelhas mortas ou seccionadas.
c) monorquídeos ou criptorquídeos.
d) caudas mortas.
e) medo de tiro.
f) desequilibrio nervoso.
Escala de Pontos
Aparêcia geral - 15
Cabeça - 25
Tórax e flanco - 10
Dianteiros - 10
Traseiros - 10
Cor - 10
Cauda - 07
Pelagem - 07
Altura - 06
Esta matéria é de responsabilidade de Nilton Novaes
Dunas Brancas Kennel
Pastor Alemão Branco
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Diretor SOLPAB, Sociedade Latino Americana de Pastor Alemão Branco,