Chow-chow
História e Origem
Conta uma antiga lenda chinesa que, quando o mundo foi criado, um cão teve permissão para lamber os fragmentos do firmamento que caíram na terra ao serem colocadas as estrelas em seu lugar. Esse cão foi o Chow-Chow, e é por isso que ele tem a língua azul.
No Tibet, o Chow-Chow foi um dos cães prediletos dos monges, sendo criado nos mosteiros para guarda. Mais tarde, o povo Ainú valorizou suas qualidades, utilizando-o como cão de trenó, guarda de pastoreio, de briga e até de refeição.
O nome Chow-Chow deve-se aos habitantes de Cantão, mas não é uma raça autóctone chinesa. Segundo estudos, provém da Sibéria e foi levado à China pelos tártaros durante as invasões. Até épocas bem recentes, o Chow-Chow era utilizado na China para guarda e caça, e a nobreza chinesa mantinha seus Chows com o máximo conforto, servidos por criados que atendiam a todas as suas necessidades.
Na China, a carne de Chow-Chow é considerada uma iguaria. O hábito de consumir carne de cachorro era, e ainda é, comum na Ásia. Os cães eram alimentados apenas com grãos e sacrificados ainda jovens, aproveitando também seu pelo para fazer roupas.
Ainda no começo do século XX, os Chows podiam ser vistos na China, e seus filhotes eram vendidos normalmente nos mercados. Devido à política de portas fechadas da China, esse cão só foi conhecido no Ocidente em torno de 1780, quando alguns marinheiros o contrabandeavam para a Inglaterra e o exibiam no zoológico de Londres como o cão selvagem chinês, até que a Rainha Vitória, amante e protetora da raça, levou um exemplar com ela.
Temperamento
Possuir um Chow-Chow, ou melhor, ser possuído por um, pode proporcionar prazer e satisfação sem limites. Esses cães são totalmente diferentes dos cães normais; sua vida ativa é mais longa e, se bem alimentados e cuidados, podem viver felizes até 16 anos. Se uma pessoa deseja um cão de caráter alegre e fácil, que a acompanhe a todo lugar e que possa ser deixado com o vizinho quando sair, não deve escolher um Chow-Chow.
Ao dizer isso, não se pretende taxá-lo como uma raça desagradável e arisca, mas sim como uma raça que possui características muito especiais. Eles têm todas as qualidades de um cão de companhia, junto com as peculiaridades dos cães asiáticos, ou seja, não são muito efusivos, mas reservados. São extremamente limpos e não latem à toa. São mais introvertidos do que dados a grandes manifestações expressivas.
Dizem que o Chow-Chow poderia deixar-se morrer pelos seus donos, e isso é verdade, mas não irá demonstrá-lo abertamente. É capaz de sentir tanta saudade que pode ficar muito doente e recusar-se a comer se seus donos se ausentarem por muito tempo.
No Chow-Chow, encontramos um cão fiel e apegado, mas também muito independente. Ele amará seu dono, mas não demonstrará isso com pulos de alegria ou lambidas. Por outro lado, é bem capaz de expressar desgosto e indiferença para aqueles que não conhece ou que o molestam. Não gosta que pessoas estranhas tentem tocá-lo e, às vezes, poderá fugir delas ou, caso se sinta acuado, rosnará para avisá-las.
O Chow-Chow é muito unido a suas coisas, adora sua mantinha, seu prato, seus brinquedos e não gosta de se separar deles. Também aprecia silêncio e tranquilidade. Ele é muito parecido com os gatos, não gosta de mudanças e valoriza sua independência.
Aparência e Comportamento
Cão ativo, compacto, bem estruturado, com lombo curto e, acima de tudo, bem proporcional, de aspecto leonino, de porte digno e orgulhoso. A cauda é portada sobre o dorso.
Língua de cor azul escura, calmo, bom guarda, singular pelo andar curto e saltitante. Independente, fiel, porém distante. As cores podem ser unicolor, preto, vermelho, azul, fulvo, creme ou branco, frequentemente com tonalidades, mas sem manchas ou cores diversas. Sob a cauda e na face posterior das coxas, a cor é normalmente mais clara.
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