A obesidade em animais de estimação, especialmente em cães e gatos, tem se tornado uma preocupação crescente entre os tutores. Estima-se que cerca de 50% dos pets estejam acima do peso ideal, o que pode levar a problemas de saúde graves, como doenças articulares, cardiovasculares e metabólicas.
De acordo com a médica veterinária Bruna Isabel Tanabe, muitos tutores não percebem que seus animais estão obesos, principalmente quando o ganho de peso ocorre de forma gradual. "É comum que a percepção só venha quando o pet apresenta dificuldades de locomoção ou problemas de saúde associados", explica.
Um estudo recente realizado pelo Dog Aging Project, em parceria com universidades renomadas, analisou mais de 13.800 cães e revelou que 18% deles foram considerados acima do peso pelos tutores. No entanto, quando avaliados por veterinários, esse número é ainda maior, indicando que muitos donos subestimam o sobrepeso de seus pets.
Os fatores que contribuem para a obesidade em pets são variados. Alimentação inadequada, sedentarismo, predisposição genética e alterações hormonais, como o hipotireoidismo, são algumas das causas. A castração, embora benéfica, pode reduzir o metabolismo do animal, favorecendo o ganho de peso se não houver ajustes na dieta e na atividade física.
Os sinais de que um pet pode estar obeso incluem dificuldade para se locomover, respiração ofegante após esforços leves, falta de interesse em brincar e ganho de peso notável em um curto período. A veterinária Dêbora Souza destaca que a obesidade é diagnosticada em uma escala de 1 a 9, onde o nível ideal é 5. A partir do nível 7, o pet já é considerado obeso.
Para prevenir e tratar a obesidade, é fundamental que os tutores adotem hábitos saudáveis. Isso inclui uma dieta balanceada, controle das porções alimentares e a prática regular de exercícios. A veterinária Alejandra Lorenzo Smirnoff ressalta que a falta de controle dos tutores sobre a alimentação e a atividade física é um dos principais fatores que contribuem para o aumento do peso dos pets.
Entre as recomendações para manter os pets saudáveis, estão a avaliação regular da condição corporal com um veterinário, o controle do acesso à comida e a promoção de atividades físicas frequentes. Tecnologias como coleiras inteligentes e aplicativos de monitoramento podem auxiliar os tutores no controle da saúde dos animais.
Além disso, a escolha de petiscos saudáveis, como frutas e vegetais, pode ajudar a manter a dieta do pet equilibrada. A veterinária Dêbora Souza enfatiza que é essencial ajustar a alimentação com a orientação de um nutricionista veterinário, evitando alimentos calóricos e prejudiciais.
Por fim, é importante que os tutores estejam atentos ao ambiente em que seus pets vivem. Espaços reduzidos e a facilidade de acesso à comida podem contribuir para o ganho de peso. A obesidade em pets é uma condição que pode ser evitada com atenção e cuidados adequados, garantindo uma vida mais saudável e ativa para os animais de estimação.
